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Minhas dez metas para 2016

metas2016_post2015 foi definitivamente um ano de mudanças na minha vida. Mas, em meio a tanta correria, sinto que os 12 meses passaram voando e deixei muita coisa para depois! É até difícil mensurar se foi um ano bom, médio ou sensacional, sabe? Em 2016, quero ser mais centrada e seguir metas claras para chegar no último dia do ano e dizer: cara, arrasei! Listei então aqui dez metas principais para o próximo ano. Me ajudem na cobrança durante o próximo ano, por favor!

  • Cismar menos com meu corpo e me aceitar

Uma das coisas que tornou meu ano mais difícil foi, com toda a certeza do mundo, meus problemas de autoestima. Ganhei alguns muitos quilinhos e isso acabou me trazendo muitas coisas ruins, inclusive danos psicológicos. Passei a ter uma vergonha absurda do meu corpo que me privou até de me divertir em vários momentos: deixei de ir para lugares por não gostar de como as roupas ficavam em mim, inventei desculpas para não colocar um biquini… Mesmo que não esteja dos melhores, ainda é o meu corpo, né? Meu, só meu, e que me dá vida, então pra que odiá-lo? Se eu não me amar, quem vai?

Fraturei o tornozelo esse ano enquanto fazia exercícios em mais uma das tentativas de me encaixar melhor aos padrões estéticos impostos a toda mulher. Quando isso aconteceu me veio logo à cabeça um “puts, agora que vou engordar mesmo”, mas aí pensei de novo e vi que nem adiantava crisar, era melhor me recuperar e depois voltar a ativa. Já comecei o processo de aceitação, principalmente após uma fratura, mas só quem passa por isso sabe que não é rápido assim… Isso não quer dizer, claro, que quero é ser gordinha e pronto. Quero ser feliz e saudável, seja como for. Me aceitar talvez seja uma das principais metas para 2016, e já vai começar com um grande desafio: uma viagem pra praia! Vamos ver se vai dar tudo certo.

  • Economizar mais dinheiro para viagens

Tenho 23 anos, um emprego legal e, como diria a mamãe, nem um pinto pra dar água. Dá pra economizar mais, né? Um dos meus principais vícios é maquiagem. Coleciono batons e nesse ano de 2015 conquistei algo que muita mulher quer: a penteadeira dos sonhos. Assim, tem sido difícil me controlar e não gastar tanto. Em 2015, estabeleci o limite mensal de gastar no máximo, por mês, o valor de três batons da MAC em maquiagem: R$ 195. Só que se a gente for parar para pensar, em um ano isso equivale a R$ 2.340. É claro que nem todo mês gasto isso, mas dá pra diminuir o limite e me policiar mais. Adeus coleções limitadas, alô mais viagens!

Além disso, quero ter menos vergonha de divulgar meus trabalhos alternativos, afinal, eles são super honestos. Faço freelas em jornalismo, fotografo ensaios e eventos, e também mando bem na cozinha e já peguei umas encomendas de torta e etc. Me contrata aí, pô, e ajuda a carimbar mais meu passaporte!

  • Viajar em pelo menos 70% dos feriados

Na época em que trabalhava em jornal, não sabia nem o significado da palavra feriado. Agora, em assessoria, sei só não dessa, mas também fins de semana, feriadões e etc. ❤ Qualidade de vida, obrigada por entrar na minha. Mas, esse ano, ainda não muito acostumada com isso, acabei ficando em casa na maioria dos feriados. Como meta para 2016, quero viajar em pelo menos 70% dos feriados. E viajar não significa só ir para outros estados e países, mas também curtir tanta coisa que temos aqui por perto. Quero muito, inclusive, fazer um roteiro por Anavilhanas (arquipélago aqui no Amazonas cheio de praias lindas).

  • Conhecer dois novos países

Bom, um dos objetivos é também não sair do emprego. Sendo assim, terei dez dias de férias ao longo do ano e férias de novo só no outro mês de janeiro, já em 2017. Acho que a meta de riscar dois novos países do mapa é ousada, mas tangível! Quero muito conhecer algum lugar da América Latina também. Vamos ver se vai rolar…

  • Ter uma vida mais saudável

Fraturar o tornozelo me fez acordar para a questão da minha saúde. Confesso, sou extremamente relapsa com isso e foi preciso ficar de cama por uns dias pra entender que tenho que cuidar mais de mim se quero viver mais anos. Em 2016, quero voltar para o pilates, me recuperar 100% da fratura (ainda estou mancando muito), fazer reeducação alimentar e perder 10 quilos (por questões de saúde mesmo, não é noia!).

Além disso, esse ano comecei a trabalhar com desenvolvimento sustentável e percebi como pequenas mudanças na minha vida podem fazer bem pra mim e pro meio ambiente. Por isso, quero reduzir o consumo de carne na minha alimentação, principalmente vermelha.

  • Estudar mais

Sobre tudo e para tudo! Muito além da vida acadêmica, quero aprender mais sobre tudo que me interessa.

  • Curtir mais a minha família, namorado e amigos

Sou muito workaholic e acabo me afastando das pessoas. O problema acontece até quando estou com elas: nunca me desconecto 100% e acabo não focando direito no que é mais importante. Quero amar e ser mais amada em 2016, e curtir cada momento ao lado de quem importa.

  • Fotografar mais

Tenho quatro câmeras, além do celular, e esse ano pouco brinquei com elas. Percebi que não usei quase nenhum dos filmes das minhas analógicas. Vou deixar a preguiça de lado, sair pra fotografar mais e explorar meu olhar.

  • Me engajar mais em causas sociais

Sempre fui movida por causas: trabalhar em jornal para mim ia além de informar, mas significava dar voz a quem pouco era ouvido. O Quênia foi e é uma das minhas principais causas. Enfim, eu preciso muito sentir que estou fazendo a diferença para me sentir mais realizada. Por isso, quero me engajar mais em causas sociais e, agora trabalhando na ONG, fiquei muito próxima do lançamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS ou Global Goals), metas divulgadas pela ONU para os próximos 15 anos, substituindo os Objetivos do Milênio. Decidi então adotar alguns deles como as minhas causas pelos próximos 15 anos. São eles: erradicação da pobreza, da fome, redução das desigualdades, igualdade de gênero, e educação de qualidade. Quero fazer o que for possível para melhorar as coisas, nestes aspectos, ao meu redor. São os meus cinco ODSs principais!

  • Ser muito feliz!

Acho que é o que mais importa, né? Quero poder curtir muito a vida e saber agradecer por cada momento. Que 2016 seja incrível pra todos nós!

Feliz ano novo!

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Diário de bordo 2015: acessibilidade em viagens

#lookdodia: botinha e muletas no Vale dos Vinhedos

#lookdodia: botinha e muletas no Vale dos Vinhedos

2015 foi definitivamente um ano atípico para mim no quesito viagens. Comecei o ano cancelando as férias – um roteiro que incluía Estados Unidos (finalmente ia conhecer a Disney), e um cruzeiro pelo Haiti, Jamaica e México. Mudei de emprego, então não deu mesmo pra manter a viagem. Com isso, prometi para mim que ia viajar nem que fosse só nos feriados… Não consegui cumprir direitinho a meta, mas fui convidada para dois casamentos fora do Amazonas e planejei viagens rápidas – Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro. Foi aí que veio uma nova surpresinha: fraturei o tornozelo, tive que passar dois meses sem pisar no chão e precisei adaptar as viagens.

Os primeiros dias de pernas pro ar (literalmente, porque além de não poder pisar eu ainda tinha que manter sempre o pé pra cima) foram desesperadores. Chorei chorei imaginando que teria que cancelar as viagens. O acidente aconteceu exatamente um mês antes da primeira viagem – para o Rio Grande do Sul, mais especificamente para Bento Gonçalves, no Vale dos Vinhedos. O desafio seria não só me locomover por lá, mas também ficar sem ajuda, já que sem um pé eu não conseguia nem tomar banho sozinha direito. Comecei a me desafiar em casa, sozinha, pra tentar me preparar para a viagem e peguei uma queda enorme no banheiro que me deixou mais uns dias de cama.

Com o trauma do banheiro, o primeiro passo foi contatar o hotel e pedir um quarto adaptado. Ficamos no Hotel & Spa do Vinho, onde foi realizado também o casamento. O hotel arrasou muito: me ofereceram uma cadeira de rodas pra ficar usando lá, já que era muito grande e muleta cansa, e o quarto adaptado é incrível. Se a experiência no hotel foi boa, já não posso dizer o mesmo dos outros lugares que visitei na cidade. Infelizmente, todos os restaurantes que visitamos não eram preparados para receber deficientes físicos. Sério, gente, uma barra de apoio no banheiro já ajuda muito. Invistam nisso.

Galera que salvou a pátria me ajudando por lá

Galera que salvou a pátria me ajudando por lá

Dos passeios na cidade, os mais comuns são visitas a vinícolas, andar pelos parreirais e o Passeio de Maria Fumaça. Acabou que pegamos dias de chuva e sair de muleta ficou muito arriscado. Contatei as vinícolas da região e todas eram difíceis para locomoção. Ainda bem que eu já tinha ido no Rio Grande do Sul e visitado uma vinícola, senão ficaria bem triste. Dessa vez, infelizmente, não rolou. O passeio pelos parreirais eu fiz (with a little help from my friends ❤ valeu galera!). Mas sério, apesar da chateação pelo pé machucado, a viagem vale super a pena. É tudo tão lindo que só olhar pela janela já deixa a vida melhor.

Para chegar em Bento Gonçalves, é preciso pegar a estrada. Optamos por alugar um carro, pelo conforto pro pé quebrado, e foi a melhor escolha. Tudo é longe e estávamos na Zona Rural, então conseguir um táxi é mais um desafio. Não pensem duas vezes em alugar um carro se forem ficar na região do Vale e não na sede do município. Além disso, nos deu a comodidade de visitar outros municípios ali perto, como a fofinha Garibaldi e Ivoti, onde minha irmã mora. As estradas no Rio Grande do Sul são ótimas e com paisagens incríveis. Curtimos cada segundo da viagem.

Estrada maravilhosa do Rio Grande do Sul

Estrada maravilhosa do Rio Grande do Sul

Um mês depois, veio Curitiba e Rio de Janeiro. Tive a felicidade de tirar a imobilização na semana da viagem, mas foi bem difícil para voltar a andar e eu ainda não tinha começado a fisioterapia, então não ajudou taaaanto assim. Pra variar, pegamos chuva forte em Curitiba e fomos obrigados a curtir mais o shopping e o hotel do que a cidade. 😦 Como só fomos ficar dois dias, no segundo fiz aloka (desculpa, mãe!) e fomos para o Jardim Botânico mesmo com chuva. O importante é que não caí e pelo menos conheci o cartão-postal mais famoso da cidade. Precisamos voltar lá pra ver o resto! O hotel foi o Ibis Curitiba Shopping e também oferecia banheiro adaptado para deficientes. Arrasaram. ❤

Lindo até com chuva :)

Lindo até com chuva 🙂

A parte mais chata veio no Rio de Janeiro. Fiz as três viagens de Gol e, logo após machucar, contatei também a companhia aérea informando que ia precisar de apoio no aeroporto. É obrigatório que eles ofereçam esse serviço não só a deficientes físicos, mas também a clientes com mobilidade reduzida. Como não dá pra ficar com o pé pra baixo, eles fazem o upgrade gratuito para assento conforto do passageiro deficiente. Se ainda tiver vaga, fazem do acompanhante também.

O atendimento da Gol foi ótimo nos aeroportos de Curitiba, Manaus e Porto Alegre, mas no Rio que a estrutura deixou a desejar. Sem “fingers” disponíveis (aquela ponte que liga o saguão ao avião), era preciso usar a escada remota. Me pediram para usar a escada, mas como não estava podendo pisar e ainda estava super lisa devido a chuva, me neguei e optaram por usar a ambulift (um equipamento que funciona tipo um elevadorzinho remoto). Infelizmente, em um dos voos o atendimento foi péssimo e me deixaram um tempão debaixo de chuva torrencial enquanto esperava o equipamento, sem o cuidado de pelo menos arranjar um guarda-chuva. O atendente da Gol ainda foi super grosseiro com meu namorado quando reclamamos por estar na chuva. No avião, a empresa não tem mais toalha ou manta, então precisei viajar por quatro horas com o vestido fino ensopado, passando super frio. Pelo visto não aprenderam muito com o caso de Foz do Iguaçu, quando aquela moça com ossos de vidro precisou se arrastar para subir no avião por falta de ambulift.

Usando o ambulift em um voo sem problemas; no dia da confusão, o cara da Gol nos impediu de tirar foto

Usando o ambulift em um voo sem problemas; no dia da confusão, não deu pra tirar foto decente pq tava chovendo muito

Fui pro Rio principalmente pra ver o show do Los Hermanos… Só essa experiência já daria um post a parte de tão complicada. Fui proibida pelos homens do Corpo de Bombeiros a ir para a área reservada para deficientes e pessoas com mobilidade reduzida (aparentemente, no Rio, muita gente dá o “golpe da muleta” pra ficar sentado em show) e só conseguimos resolver quase no fim da noite. Decepcionante. Assim que tive que ficar por lá:

Jogada pelo chão na hora do show. Obrigada, Bombeiros!

Jogada pelo chão na hora do show. Obrigada, Bombeiros!

Agora estou me recuperando da fratura, ainda fazendo fisioterapia. Mesmo que (se Deus quiser) não precise mais dessa estrutura, fica um ponto de reflexão para quem trabalha com turismo: pensem sempre na acessibilidade. Não é justo que nem todo mundo possa curtir uma viagem por falta de estrutura decente.

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Sozinha na Tanzânia: como se virar por quatro dias em Zanzibar

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Nungwi Beach e o pôr-do-sol mais lindo que já vi na vida

Quem vê fotos de Zanzibar pensa que não deve ser difícil passar uns dias só descansando na frente do mar mais lindo da África. Bom, eu não diria o mesmo. O post atrasado de hoje é com dicas e relatos da minha experiência sozinha nessa ilha maravilhosa em 2013. A viagem foi um dos pulinhos que dei ali pela África quando fui dar aula no Quênia, jornada que me fez criar esse blog.

Em Nairóbi, a principal recomendação de onze entre cada dez intercambistas (sim, é mais que unânime esse amor!) era de que ir até lá e não conhecer Zanzibar é tipo ir a Paris e não ver a Torre Eiffel. Zanzibar é um conjunto de ilhas na costa da Tanzânia. O arquipélago é formado pelas ilhas Zanzibar e Pemba, e por algumas ilhotas que as cercam. A principal cidade da área também é conhecida como Zanzibar, e sua Stone Town foi declarada como patrimônio da humanidade pela Unesco. O lugar é cheio de histórias malucas que o tornam único: Zanzi tem uma arquitetura sensacional, com influências árabes, hindus, africanas e europeias, mercados cheios de iguarias, fortes… A ilha também foi muito usada para o tráfico de escravos, então essas construções são super presentes pela cidade.

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Old Fort, em Stone Town

Apesar de todo mundo recomendar, dei o azar de chegar na semana em que a maioria dos intercambistas estavam voltando de lá, ou seja, se eu quisesse ir teria que ir sozinha. Relutei, mas passei mais de um mês ouvindo como aquele lugar era sensacional que não resisti: decidi que minha última semana seria em Zanzibar.

Chegando em Zanzibar, decidi ir primeiro para o extremo Norte da ilha, onde fiquei na praia mais linda que já vi na vida: Nungwi Beach. A praia é uma das mais badaladas de lá, mas como fui em baixa estação muita coisa estava fechada. Fiquei no Paradise Beach Bungalows, um hotel nada chic pros padrões daquela área mas com os pés na areia. Eu era a única hóspede naquela data, então talvez por isso estivesse tão sem luxo. As diárias não foram as mais baratas (US$ 50 por dois dias), mas como só fiquei dois dias acho que valeu a pena. Além disso, tem luxo maior do que acordar, sair do quarto e dar de cara com isso? A vida nem precisa de filtro do Instagram desse jeito.

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A vista do quarto em Nungwi Beach

Nos dois dias que fiquei por lá, decidi só passear mesmo. Nungwi é um dos lugares mais indicados para mergulhar, mas como já era fim da viagem e eu estava bem lisa, optei por não me aventurar.

A praia é cheia de “beach boys”, que nada mais são do que uns caras que te abordam oferecendo serviços de guia e querem ganhar dinheiro nas costas de turista. Eu, mulher, sozinha, é claro, fui alvo de um. Tentei fugir, mas o cara grudou em mim. Em alguns momentos foi até útil, porque eu estava sem shillings tanzanianos e, como estávamos em baixa estação, todos os câmbios de Nungwi fecharam, então ele me descolou uns lugares para comer que aceitavam shillings quenianos e ainda me ajudou a conseguir trocar uns dólares.

Fim dos dias em Nungwi, pensei que ele fosse desgrudar de mim porque morava lá e, para a minha surpresa, sete da manhã ele estava me esperando na porta do hotel para me levar para Stone Town. Insisti muito para que ele ficasse (sem ser indelicada, porque estava começando a ficar com medo da situação), mas ele foi atrás de mim e ainda passou mais um dia comigo pela ilha. Foi lá que eu descobri que o que ele estava fazendo é ilegal: como é a área mais turística, vários policiais ficam olhando para ver se esses meninos não estão roubando o serviço de guias de turismo certificados. É até uma questão de segurança, então quem for por lá por favor opte pelo guia formado e com crachá. Passeamos o dia todo por Stone Town e no fim do dia ele quis ficar hospedado no meu quarto. Disse não, ele ficou puto, começou a dizer que tinha se apaixonado por mim (oi?), e eu chamei um policial. No dia seguinte, o carinha ainda ficou tentando me perseguir, mas como comecei a andar com um pessoal do hostel ele nem se aproximou. É por isso que reforço: pelo amor, não deixem esses meninos chegarem perto!

Outro detalhe é que Zanzibar tem fortes influências muçulmanas, por isso é recomendado seguir algumas regras (nada de andar de biquini, ombros de fora e etc). Como em lugares assim o desrespeito à mulher é muito maior, eu busquei ser ainda mais discreta para evitar dor de cabeça.

Além de toda a beleza natural e história, Zanzibar atrai ainda vários turistas por ser a terra natal do Freddie Mercury. Os fãs do vocalista do Queens podem até se hospedar na casa em que ele morou na infância e parte da adolescência. Para isso, na época, era preciso pagar uns R$ 800 na diária. Eu só tirei foto na frente, porque nem tão fã assim sou, haha.

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Um passeio que quem vai a Zanzibar não pode deixar de fazer é para a Prison Island (ou Changuu, em suaíli). A ilha fica a uma hora e meia de Stone Town e tem um cenário super legal, com tartarugas gigantes centenárias. Um dia de visita guiada é suficiente pra conhecer o local, relaxar na praia e fazer mergulho ou snorkelling. É possível também se hospedar na ilha, mas só há um resort e é bem caro.

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As tartarugas centenárias

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Changuu Island

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Snorkelling em Prison Island

 

Dicas de quem foi:

Como chegar

Fui de Nairóbi para Zanzibar em um voo não tão low-coast assim que me custou uns R$ 700. Tem gente que vai de ônibus também, mas como demora mais de um dia e eu tinha pouco tempo, não quis perder tantas horas (além de não ser seguro para uma mulher sozinha).

Após chegar no aeroporto de Zanzibar, fui de taxi para o Norte. Custou cerca de US$ 50. De lá para Stone Town, paguei poucos shillings (não lembro o valor) em um dala-dala (transporte coletivo local). É possível também alugar carro, mas em Stone Town isso se torna praticamente inútil porque a graça é andar pelos becos.

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Onde ficar

Em Nungwi, fiquei no Paradise Beach Bungalows. Eles mentem de cara no site dizendo que a internet é boa. Pelo menos quando fui, nem pegava. Paguei US$ 50 por dois dias e uma noite, e usava internet no Hilton (é só ir no restaurante de lá, pedir uma Coca e usar o wi-fi a vontade). Já em Stone Town, não lembro o nome do hostel porque cheguei e peguei um que vi na rua sem ter feito reserva. Amei o lugar e foi baratinho, tipo US$ 20 a diária com café da manhã incluso (na época, o dólar estava mais amigo também).

O que visitar

Fora as praias, Zanzibar é uma cidade cheia de histórias. Só caminhar pelas ruas de Stone Town já é uma mega atração, principalmente para quem gosta de arquitetura, mas há alguns pontos que não podem ficar de fora como o Old Fort of Zanzibar, Museu da Escravidão, a casa do Freddie Mercury, o mercado, e outros. No último dia, pegamos um barquinho e partimos para outra ilha chamada Changuu, e mais conhecida como Prison Island. Como o nome já diz, é onde ficava uma antiga prisão. As ruínas foram conservadas e hoje fazem parte de um hotel. É lá também que vemos aquelas tartarugas gigantes (inclusive vi uma transando… bizarro!), e depois fomos fazer snorkeling. Definitivamente foi um dos passeios mais legais que fizemos!

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Idioma

Em Zanzibar, se fala suaíle como no Quênia. Eu tentei treinar o meu, mas eles trocam algumas palavras e o sotaque também é diferente, então me dei mal. Mas além disso, quase todo mundo fala inglês. É a opção para os viajantes.

Visto

O visto tanzaniano é emitido na chegada ao país. É preciso apresentar passagem de volta, passaporte válido e reserva de hotel. Há também uma taxa de US$ 50. É necessário estar com certificado internacional de vacinação contra febre amarela (e eles cobram mesmo, então tenham!). No aeroporto, sempre tentam enganar turista falando que há uma taxa de check-in de US$ 50 também. Isso é mentira. Para não irritar os caras (e eles brigam mesmo), dê algum trocado. Eu não tinha mais dinheiro mesmo, então disse que não sabia da taxa, coloquei um sorriso no rosto e dei cinco dólares. Eles engoliram.

Quando ir

Eu fui em baixa estação e não me arrependo, mas perdi a parte animada de vida noturna e etc. Também dei a sorte de não ter pego dias de chuva, mas foi sorte mesmo! Para garantir, a melhor época para conhecer Zanzibar é no verão, entre junho e novembro.

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Os melhores lugares turísticos do mundo (agora com destino brasileiro!)

A editora de guias de viagem Lonely Planet lançou na semana passada um guia definitivo de lugares turísticos ‘imperdíveis’ no mundo. Ao todo, são 500 sugestões de cantinhos no mundo que você precisa conhecer antes de morrer. Eu adoro listas assim. Comprei aquele livro “mil discos que você precisa ouvir antes de morrer” e saí marcando de um por um e resenhando, então com certeza o novo guia do Lonely Planet será um belo desafio. Mais legal ainda: tem destino brasileiro na lista!

Segundo a editora, uma equipe de especialistas foi enviada para os locais listados para trabalhar junto com escritores locais e classificar as paisagens naturais, as joias arquitetônicas e os museus que eles acreditam serem os melhores lugares do mundo para serem visitados.

Entre os 500 destinos, um brasileiro ficou no top 10. Não, não é o Cristo Redentor. Para a minha tristeza bairrista, também não é a Amazônia. O lugar escolhido foram as Cataratas do Iguaçu.

As Cataratas do Iguaçu ficam localizadas dentro do Parque Nacional do Iguaçu, na fronteira entre Brasil e Argentina (nas cidades de Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú). São 275 saltos por onde escoam em torno de um trilhão de litros de água por segundo. Mesmo sem estar nessa lista, o lugar já era um dos principais destinos do país. Por ano, recebem mais de um milhão de turistas. E nem a tal crise parece estar afetando: só no primeiro semestre desse ano mais de 750 mil pessoas visitaram o Parque Nacional do Iguaçu.

No top 20 – que foi divulgado para instigar o pessoal a comprar o guia -, entraram ainda outros pontos turísticos na América Latina, como Machu Picchu, no Peru, e o arquipélago de Galápagos, no Equador. Dá uma olhadinha aí nas primeiras da lista:

1 – Angkor, Camboja

Foto: Reprodução

2 – Grande Barreira de Coral, Austrália

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3 – Machu Picchu, Peru

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4 – A Grande Muralha, China
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5 – Taj Mahal, Índia

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6 – Grand Canyon, Estados Unidos

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7 – Coliseu, Itália
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8 – Cataratas do Iguaçu, Brasil

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9 – Alhambra, Espanha

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10 – Santa Sofia, Turquia

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11 – Medina de Fez, Marrocos

(Foto: Blog Fez Medieval)

(Foto: Blog Fez Medieval)

12 – Doze Apóstolos, Austrália

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13 – Petra, Jordânia

(Foto: AP Photo/Mohammad Hannon)

(Foto: AP Photo/Mohammad Hannon)

14 – Tikal, Guatemala

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15 – Museu Britânico, Inglaterra

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16 – Sagrada Família, Espanha

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17 – Parque Nacional de Fiordland, Nova Zelândia

New Zealand South Island Fiordland National Park Milford Sound

18 – Santorini, Grécia

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19 – Arquipélago de Galápagos, Equador

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20 – Museu de Arte Velha e Nova (Mona), Austrália

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Desses destinos, conheço apenas o British Museum (#vergonhaalheia) e tenho vários na lista de lugares para visitar em breve, como Angkor, Machu Picchu, Taj Mahal, Santa Sofia, Petra, Santorini e Galápagos. Fiquei na curiosidade enorme de conhecer esse Mona, na Austrália, porque não entendi qual é a mega atração nesse museu (que inclusive achei feio! haha). Se alguém já tiver conhecido e quiser dividir a experiência, favor ajude aí nos comentários! 🙂
E você, para onde quer ir dessa lista? O que já conhece e recomenda?
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Réveillon no Nordeste: eu realmente preciso ser milionária?

Se tem uma época que odeio tirar férias, é em dezembro/janeiro por motivos de: pobreza. Sério, quem merece alta estação? Minha vida é amar promoções de passagens! Aí esse ano mudei de emprego e veio a notícia maravilhosa de que no novo job todo mundo tira férias coletivas. Adivinha quando? Janeiro! Meu coração doeu um pouquinho ao saber, mas aí lembrei que posso aproveitar tantas coisas maravilhosas como Réveillon por aí, praias e dias lindos, e a tristeza passou.

Como eu amo planejar viagens e férias em janeiro anda fora da minha realidade desde a época do ensino médio, decidi começar a pensar em cantinhos para conhecer ano que vem. Com o dólar tão em alta, não tem sido nada fácil. A planilha do Sudeste Asiático virou arquivo na pasta “futuro”, a vontade de ver familiares que moram nos EUA e Europa vai ter que morrer pelo Skype, e infelizmente a passagem para a maioria dos destinos internacionais (mesmo aqueles com moeda mais desvalorizada) estão super caras. Foi assim que decidimos voltar a pensar por aqui e optar pelo Nordeste (que tanto amo <3) como plano A.

Antes que me chamem de chata que prefere a gringa do que o Brasil, a verdade é que tô com muita saudade de uma boa aventura fora da minha realidade, por isso queria tanto conhecer uma cultura bem diferente e ir pr’aqueles lugares que a gente quase não escuta falar, mas pensando também em um fator muito importante chamado “quero ver algo lindo e relaxar muito”, tem como não cogitar um lugar esse da foto seguinte?

Praia do Cachorro - Fernando de Noronha, um dos lugares que sonho em conhecer! (Foto: Eduardo Muruci)

Praia do Cachorro – Fernando de Noronha, um dos lugares que sonho em conhecer! (Foto: Eduardo Muruci)

Além de ser lindo para uma aventura no estilo que quero (mochilão, trilhas e etc), o Nordeste é um dos lugares no Brasil com Réveillons que mais bombam! E tem três estados em particular que quero muito explorar: Pernambuco, Bahia e Alagoas. Nesse ano, todas as celebridades que gosto, além de alguns amigos, foram pra lá e viraram o ano em festas que pareciam ser maravilhosas. Foi aí que decidi pesquisar e caí pra trás!

Pernambuco

Confesso que pesquisei pouco sobre a virada do ano em Pernambuco porque queria mais se fosse em Noronha (arquipélago que faz parte do território do estado) ou em um hotel maravilhoso que sou louca pra conhecer em Porto de Galinhas. Pra quem já tava assustada com os preços do dólar, o que custava cogitar uma aventurinha em um dos destinos mais caros do país ou em um hotel de luxo? Foi aí que a realidade me puxou pelos cabelos e disse: “vem cá, você esqueceu que é jornalista?”.

Em Noronha, o Réveillon mais badalado é na Pousada Zé Maria. Os preços, comprando até essa semana, estão lá por perto dos R$ 1.400. Até que achei mais ou menos, comparando com o outro que vi em Pernambuco, daí cheguei ao trecho que explica: não tem hospedagem na pousada no Réveillon, então isso é só a festa mesmo. Fora isso, os preços de passagem para o arquipélago estão super caros e de hospedagem também. Efeito ano novo.

O hotel dos meus sonhos na tão amada Pernambuco é o Nannai Resort & Spa, na praia de Muro Alto, em Porto. Ele é super lindo, com uns bangalôs maravilhosos pra viagem a dois. Bem pobre, fui tentar reservar só o dia do ano novo e FUEN: no Réveillon só fechamos pacotes de sete dias. Ok, vamos pesquisar o preço… 16 mil FUCKING reais comprando agora. O bangalôzinho lindo que eu vi, o mais simples de todos, sai pela bagatela de R$ 28.430,00. Fiquei tão chocada que não consegui descobrir se esse era o preço do casal ou por pessoa, e a planilha do Nannai foi para a pasta “em um futuro mais distante ainda”. Apesar do preço, Nannai, continuo te amando, sonhando contigo e ficarei te admirando aqui no #camievictakePE.

Esse é o Nannai. Sim, eu sei que era sonho achar que seria barato, mas a Xuxa me ensinou que sonho sempre vem pra quem sonhar.

Esse é o Nannai. Sim, eu sei que era sonho achar que seria barato, mas a Xuxa me ensinou que sonho sempre vem pra quem sonhar.

Foi assim que meu coração partiu por dois segundos com Pernambuco e parti pro próximo…

Bahia

Um dos estados que mais sonho em visitar é também conhecido por ter as melhores festas de ano novo do país. Alô, Bahia! Comecei a pesquisa então por Trancoso. A principal indicação foi uma festa promovida pela agência Haute em parceria com a Taípe Produções chamada (nome criativo detected) Festa do Taípe.

Pesquisei, pesquisei por preços e nada achei, mas decidi ver fotos do evento e me deparo com essas pessoinhas por lá:

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Desculpa vida, mas não venci você ainda a nível de pisar na mesma areia que Thassia Naves, Lalá Rudge, Kate Moss, Naomi Campbell, Daniel Alves e Pugli. Por sinal, pelo que li a Naomi ficou super irritada nessa festa porque ficavam tirando foto dela (ainda acho que foi por ser a única negra e sem cabelo loiro na festa). Enquanto isso, Kate Moss curtiu a balada de pijama, no melhor estilo porra louca que eu queria ser pra dançar até de manhã.

So dance like Kate Moss!

So dance like Kate Moss!

Vi fotos de Maraú, também na Bahia, e apaixonei! Fui ler sobre o local e descobri que também é um dos que têm festas super bacanas de Réveillon. Além de caro, descobri que a música eletrônica é o mais bomba, então desisti.

Alagoas

Dos lugares no estado que mais me apaixonei e li recomendações, São Miguel dos Milagres foi o primeiro. E que coisa mais linda passar a entrada de ano em uma cidade que tem “milagres” até no nome, né? ❤ O lugar é tão lindo que ganhou o apelido de Caribe brasileiro, pela areia branquinha e água cristalina. Até 2004, sua população era de 6.354 habitantes, ou seja, super cidadezinha maravilha para explorar como gosto.

Não dá vontade de ficar o dia todo de bubuia?

Não dá vontade de ficar o dia todo de bubuia?

O Réveillon dos Milagres 2016 vai ter seis festas entre os dias 27/12 e 02/01. O primeiro lote começa a ser vendido hoje por R$1.890,00 para mulheres e R$2.490,00 para homens. Sim, dinheiro pra caramba, mas se for parar pra pensar são R$ 315 por festa (no preço feminino) com bebida liberada (vodka premium, whisky premium, caipiroska, cerveja, cachaça, energético, refrigerante, suco e água). Se a pessoa bebe bem, é vantagem. O que achei mais chato é que as atrações são confirmadas já perto das datas de evento (quando os ingressos para mulher já chegam a R$3.390,00 e para homem a R$3.990,00) e das atrações do último ano eu só conhecia a Banda Eva. Acho que é bem válido para quem vai em um grupo ou só quer cair na balada e nem liga pro que vai tocar.

Socoooooorro, Cicarelli!

Calma! Praia e Cicarelli não são combinação boa, eu sei, mas não é nada disso que você está pensando. Queria dicas de amigos que já passaram o Réveillon por essas bandas: onde é legal, qual vale a pena, como gastar menos?

Agora, achando tudo caro, fiquei com a maior vontade de ir sem ingresso de festa e só curtir a virada de ano jogada na areia de alguma praia bem linda. Acho que só esse visual do Nordeste já satisfaz qualquer pessoa, né? Mas para não me arrepender no futuro, peço dicas. Deixem aqui nos comentários, mandem inbox, e-mail, o que for, mas me ajudem, por favor!

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Intercâmbio de idiomas vs. intercâmbio voluntário

intercambioAos 16 anos, me aventurei pela primeira vez no mundo. Um tempo antes, quando completei 15 anos, um familiar super querido veio me perguntar se eu tinha vontade de ir pra Disney. Na hora disse logo não. Só depois descobri que ele ia me dar a viagem de presente, e quase morri do coração por ter negado. Depois, ele me contou essa história e veio com outra proposta: um intercâmbio para estudar idiomas. Havia acabado de terminar meu curso de inglês, estava quase concluindo o ensino médio e parecia ser a hora perfeita.

Era a minha primeira viagem internacional, e primeira sozinha. O passo inicial foi procurar uma agência boa. Visitamos a World Study, CI e algumas outras, mas foi pela primeira que me apaixonei e que recomendo a todos até hoje quando me dizem que querem fazer essa modalidade de intercâmbio (update: as pessoas que ajudaram a organizar minha viagem estão trabalhando na IE agora, vão atrás deles! Andrews Aires e Kety Medeiros!). Veio a outra dúvida: Canadá ou Estados Unidos? Decidi então que iria para Vancouver, porque o dólar era mais barato… até descobrir que uma turma de uns 30 alunos da minha escola ia pra lá na mesma época. Eu sabia que falaria português se eles fossem, então faltando um mês para a viagem, mudança de planos!

Sempre fui apaixonada por Paris, mas ainda estava (e estou) longe de aprender francês. Um dia, na agência, veio a sugestão: que tal Europa? Ir para a Inglaterra e visitar a França. Eu tinha um medo maluco de Londres. No auge dos meus 16 anos, mal saindo de casa, pela primeira vez viajando só, ia me meter em uma cidade de quase 9 milhões de habitantes? Não, obrigada. Foi assim que descobri Brighton, a cidade mais sensacional que conheci.

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Passei dois meses na Inglaterra e visitei também França, Holanda, Bélgica e Irlanda. Estudei muito, convivi com os costumes deles pois fiquei em casa de família, me diverti absurdamente, fiz milhões de amigos que guardo até hoje, mas não sabia o quão maior podia ser o impacto de uma experiência internacional assim na nossa vida até me aventurar em outro tipo de intercâmbio: o voluntourism.

Voluntariado e Turismo: o voluntourism

Para quem não conhece, vamos lá: de acordo com a Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (OMT), o volunturismo é aquele com menos de 365 dias de duração, que envolve o deslocamento da pessoa para fora do seu ambiente habitual, e de viagens realizadas com qualquer outra finalidade que não seja a obtenção de ganhos financeiros.

Fiz meu intercâmbio voluntário em 2013, pela AIESEC, após três anos trabalhando na organização e já com a experiência de ter sido diretora local de intercâmbios para estudantes e time nacional nesta área em dois países diferentes. Convivi muito com a realidade do turismo de voluntariado, organizei dezenas de intercâmbios assim, resolvi problemas, aconselhei jovens que enfrentaram dificuldades de adaptação, mas só soube mesmo como é vivenciar o voluntourism ao chegar lá.

Minha experiência durou um mês e meio no Quênia. Após mais de 30 horas de voo, quando cheguei em Nairobi pensei “que diabos estou fazendo aqui?”. Cheguei no apartamento de madrugada e estávamos há três dias sem luz. Bateu um desespero tão grande. Os primeiros dias foram os mais desafiadores. Foi ali que comecei a sair da minha zona de conforto. Alguns dias depois e já passando super mal por causa da comida, comecei a trabalhar: se ainda existia zona de conforto, foi o primeiro passo na favela que me fez sair dela. Eu era a estranha, a “muzunga”. Dona OMT, você estava certa. Saí do meu ambiente habitual, ganhei muito mais que ganhos financeiros e vivi algo maravilhoso.

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Se hoje me perguntassem qual dos dois tipos de intercâmbio eu escolheria, acho que hesitaria em responder. Sou extremamente feliz por ter vivido os dois. Hoje o meu perfil é de voluntourism, mas o intercâmbio de idiomas foi essencial para despertar em mim a noção de que o mundo é algo tão maior que precisamos explorar.

Quanto gastei…

Emoções a parte, o voluntourism também costuma ser mais barato (e digo costuma pois agora algumas organizações estão se aproveitando do quando as pessoas querem fazer algo de bom para meter a mão). Viajei pro Quênia pela AIESEC por R$ 800 de taxa (na época), paguei minhas passagens (R$ 4 mil, ralaaaado, África é cara), e, como escolhi um país mais carente, paguei minha alimentação, moradia e transporte. Em outros destinos esses três itens costumam ser oferecidos pelas ONGs. A moeda deles não é tão valorizada, então acabei não gastando tanto. Para todo o tempo que fiquei, paguei 300 dólares de hospedagem em apartamento dividido com intercambistas, que já tinha comida também. O transporte era super barato.

Já em 2009, para a Inglaterra, o curso custou cerca de R$ 11 mil e as passagens um pouco mais de R$ 6 mil. Obrigada, Deus, que foi um presente. Ainda assim, foi caro também me manter lá, já que uma libra era R$ 4. Considerando esses fatores também, o voluntourism seria o meu escolhido para repetir a dose.

Outra vantagem de ter feito os intercâmbios foi as portas que ele me abriu. Nos empregos por que passei, foi um puta diferencial, tanto o inglês fluente quanto o fato de ter me aventurado por aí. Depois da primeira viagem, achei que querer ser viajante fosse atrapalhar minha vida – que eu não fosse definir nunca o que queria fazer e ia decidir ser mochileira profissional. Hoje, posso dizer que andar pelo mundo foi uma das melhores coisas que já fiz.

Vamos andar por aí? - Foto em Dublin, Irlanda

Vamos andar por aí? – Foto em Dublin, Irlanda

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De cruzeiro pela Amazônia

Nós interagindo no deck enquanto o navio passava pelo Encontro das Águas (Foto: Varanda Publicidade & Live Marketing)

Nós interagindo no deck enquanto o navio passava pelo Encontro das Águas (Foto: Varanda Publicidade & Live Marketing)

Alguns meses depois e com a vida mais tranquila, decidi voltar ao blog! O Ando Pelo Mundo começou pra contar as minhas aventuras pela África, mas é tão amado que depois que voltei quis continuar escrevendo nele, só que a rotina maluca (e sem viagens, o mais importante) não deixou. Agora 2015 chegou e a veia viajante está super feliz: nos próximos seis meses, já tenho três viagens programadas (mesmo que bate e volta!) e tô pensando em mais uma, a oficial de férias.

Este post de hoje veio com uma reflexão: e quem disse que é preciso ir tão longe para conhecer algo totalmente novo? Nesta semana, tive uma experiência sensacional: viajar de cruzeiro pela Amazônia. Embarquei no Iberostar Grand Amazon, um navio-hotel maravilhoso que viaja pelos nossos rios do Amazonas. A viagem foi a convite da Coca-Cola Brasil, pois participei do Coca-Cola Open Up Boat Challenge, evento nos moldes da Startup Weekend voltado para negócios sociais. Uma experiência tão maravilhosa não podia ficar de fora do blog.

Com a Isa e Paulinha, da FAS, ainda em Parintins

Com a Isa e Paulinha, da FAS, ainda em Parintins (e esse é o meu cabelo novo e original, pra quem só me acompanha pelo blog. Adeus alisamento, tô uma nova Marina!)

O Iberostar Grand Amazon tem 73 cabines com varandas privadas com uma vista linda de rio, floresta e comunidades ribeirinhas. Sério, dá vontade de morar fazendo esse roteiro de tão lindo que é. Nós fomos de avião até Parintins (onde também participamos do Festival Folclórico mais lindo do país e vimos o Caprichoso ser merecidamente campeão!), e de lá, após assistir uma noite do festival, voltamos subindo o Rio Amazonas.

A primeira foto, no aeroporto, já mostra como é Parintins: com a rivalidade tão forte entre os bois azul e vermelho, todas as marcas mudam de cor na cidade (olha o anúncio do Bradesco ali!). Como a ostentação não tem limites, assistimos o festival no camarote da Coca-Cola. O lado bom é que dá pra morrer de dançar pelos dois bois, já que é um espaço neutro.

A primeira foto, no aeroporto, já mostra como é Parintins: com a rivalidade tão forte entre os bois azul e vermelho, todas as marcas mudam de cor na cidade (olha o anúncio do Bradesco ali!). Como a ostentação não tem limites, assistimos o festival no camarote da Coca-Cola. O lado bom é que dá pra morrer de dançar pelos dois bois, já que é um espaço neutro.

O trajeto que fizemos foi especial pois o barco estava fretado para a Coca-Cola. Normalmente, eles têm três opções de roteiros, todos saindo do Porto de Manaus: Rio Solimões-Amazonas (de três noites), Rio Negro (quatro noites), e uma opção de sete noites, que une as duas outras rotas. Entre as atividades estão: observação de aves e jacarés, visita aos botos cor de rosa, passeio pelo Encontro das Águas, e outras.

Outro ponto mega positivo é a comida. Meu Deus, quanta comida. Tudo gostoso, quentinho e servido por funcionários super atenciosos e educados. Para quem é turista, acho que fica faltando só a comida regional: não tem café da manhã com tapioca, tucumã ou pupunha. No lugar, é um café bem gringo: panqueca, bacon e ovos. Para mim que como tapioca todo dia de manhã, foi uma lindeza variar (mãe, não briga, só comi um pouquinho de bacon, mas bem pouquinho mesmo!).

Como eu já disse, fui a trabalho para participar do Boat Challenge. O objetivo do evento era desenvolver ideias de negócios que pudessem melhorar Manaus. Em uma feliz coincidência, meu projeto trabalhava justamente com turismo pela Amazônia – mas de uma maneira diferente, o turismo de base comunitária. Foi inspirador pensar em maneiras de trabalhar com as nossas riquezas tendo como escritório aquela vista do Rio Amazonas.

Acordei e essa era a vista da varanda. Como não amar?

Acordei e essa era a vista da varanda. Como não amar?

Definitivamente, o Iberostar Grand Amazon fica na lista das viagens que eu repetiria logo. Infelizmente, o valor é super alto – bem viagem para turista mesmo! Na cabine que fiquei, por exemplo, uma viagem de três noites por pessoa sai por R$ 6.210,00. Mega salgado. 😦 Para quem quer viver a experiência e conhecer a nossa região de uma maneira diferente, fica a dica, vale juntar as moedinhas e curtir o navio por uma temporada!

(PS: Dessa viagem, acabei saindo com sócios! O nosso projeto foi vencedor do desafio e estamos trabalhando para iniciar a startup, que será voltada a turismo. Em breve escrevo um post contando tudo sobre a nossa filha, batizada de Amazon Share!)

No Encontro das Águas, com a equipe da Amazon Share, que fez essa viagem ser mil vezes melhor!

No Encontro das Águas, com a equipe da Amazon Share, que fez essa viagem ser mil vezes melhor!

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Ser família – a história de Musyoka

musyokaHá dois anos, quando eu estava no Quênia, fiz um dos posts que mais me marcou nesse blog: “Direito de ter uma família”. Naquele dia, um aluno de 13 anos nos contou que seria obrigado a sair da escola porque estava sendo expulso da casa onde morava de favor, por ser órfão. Com 13 anos, o tutor achava que ele já era grande demais para estar ali. Hoje, dois anos depois e já fora daquela casa, esse menino vive algo que vai além do direito: a alegria de poder ser uma família.

Ao voltar de Nairóbi, infelizmente precisei me afastar mais das atividades do 50 Sorrisos. Minhas obrigações ficaram muito pesadas em Manaus, mas continuei acompanhando – mesmo que de longe – a trajetória dos meninos. Senti aperto no peito a cada atentado terrorista que o Quênia sofreu em 2014, chorei com a reprovação de alguns dos alunos nos exames para ensino médio em 2013, enfim… compartilhei emoções aqui do outro lado do oceano.

Musyoka, o protagonista da história sobre o direito de ter uma família, foi um desses meninos reprovados no teste de 2013. Como Ngotas Upendo, onde trabalhei, só tem aulas até o oitavo ano, eles precisam ser aprovados em testes para escolas pagas para o ensino secundário. Marina professora, e não Marina emotiva, falando agora: Musyoka foi um dos melhores alunos que tive na vida, e olha que antes do Quênia dei mais de um ano de aula de inglês em Manaus. Menino dedicado, esperto, com brilho nos olhos. Expulso de casa com apenas 13 anos. Como lidar com uma situação assim, né? Em meio a essa turbulência na vida, ele reprovou de ano.

Quando fiquei sabendo que ele provavelmente deixaria a escola, contei para a Julia – fundadora do 50 Sorrisos – e discutimos a necessidade de construir um orfanato para os alunos. Com poucos recursos, ela e o anjo na vida desses meninos, Maureen, construíram um quarto para Musyoka nos fundos da escola. Após estudar o dia todo, ele tinha ali seu cantinho sagrado para descansar. Um cantinho seu, de onde não seria expulso. Um cantinho construído por uma família.

Enquanto eu estava longe, senti muita falta dos meus pais, mas foram os alunos que me ensinaram que família não eram só eles. Foi a força da Julia, da Maureen, da Dimitra, do Bruno, do Pedro, do Musyoka, da Sophia, do Brian, da Rose, de vários amigos e dos 105 sorrisos que me fizeram aguentar. Foi o companheirismo, a união, foi o amor. Foi, acima de tudo, o poder SER família. Sem necessidade de possuir, de ter no sangue, mas com a opção de escolher e ser escolhido. E eu sei que foi isso que me fez seguir e isso que faz com que o Musyoka consiga ir tão longe também.

Após ter um lar construído pela Família 50 Sorrisos, Musyoka voltou a se dedicar aos estudos e conseguiu alcançar a média. Precisava de R$ 320 anuais para estudar. Me ofereci para investir na educação dele, e outra pessoa já tinha financiado, mas além dele ainda existem outros alunos esperando para ser financiados. Todos conseguiram com tanto esforço que merecem a ajuda. Se alguém tiver interesse em apoiar o projeto, aqui está o link!

Além do Musyoka, mais alunos precisam de ajuda para pagar os estudos

Além do Musyoka, mais alunos precisam de ajuda para pagar os estudos

Hoje, só o que quero e posso fazer, é agradecer. Serei eternamente grata por tantos ensinamentos que esses meninos me repassaram. É uma alegria imensa, após dois anos, receber notícias tão boas deles, e mostra como não há nada mais importante do que fé.

(PS: além de ter me marcado tão intensamente, o Musyoka foi também o principal responsável por ter despertado na Julia o interesse em fundar a ONG 50 Sorrisos. Durante uma aula durante seu intercâmbio voluntário na escola, um aluno pediu dela uma banana que ela tinha na bolsa para dar para o colega, e contou que esse menino estava há tantos dias sem comer que já não conseguia prestar atenção na aula direito. Ela deu a banana, surpresa, até porque, apesar de todos os problemas, aquele era um dos alunos mais dedicados e atentos na classe. Esse menino era o Musyoka. A 50 Sorrisos começou com apadrinhamento para prover comida para as crianças. Após garantir a alimentação por meio de doações mensais no valor de R$ 20, os alunos foram beneficiados ainda com fardamento e material escolar novo, banheiro, e agora uma nova escola com estrutura bem melhor. São verdadeiros anjos na vida desses meninos, que de tão abençoados merecem isso e muito mais.)

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Sobre realmente viver

Há um pouco mais de um ano escrevi o primeiro post desse blog. Dei o nome “Amanhã vai ser o melhor dia da sua vida” para o início de uma série de histórias. Era para ser um registro, uma maneira de compartilhar experiências. Virou um livro de aprendizado. Em um ano, sempre que me senti triste, feliz, rica, pobre, doente ou qualquer coisa, voltei aqui. Cada palavra me faz lembrar de uma lição. Cada dia foi o melhor dia da minha vida. Hoje é dia de reviver memórias.

Assim que voltei do Quênia, fascinada pelo país, bateu aquela tristeza sem tamanho normal de pós-viagem. Nada era mais difícil do que acordar, ir pro trabalho e não ouvir as criancinhas mexendo comigo no caminho, me chamando de “muzungu” (pessoa branca). Me afundei na rotina de novo com faculdade e trabalho, e logo comecei a estudar bastante o trabalho do sociólogo Pierre Bourdieu na África pro trabalho de conclusão de curso, e assim, de alguma maneira que não me recordo, cheguei a Hemingway e os textos também sobre o continente. Foi nele que encontrei meu refúgio, aceitei minhas dores e aprendi a aceitá-las como lembranças boas. Só ele soube me explicar exatamente o que eu sentia.

“Não me lembro de nenhuma manhã na África em que não acordasse feliz”, citou o escritor em Verdade ao Amanhecer. Realidade esta a minha ao acordar, pegar dois matatus e ir pra favela em Nairóbi, ou ao acordar na beira da praia do mar mais lindo que já vi na vida em Zanzibar.

“Eu voltaria para a África, mas não para viver disso. Eu poderia fazer isso com dois lápis e algumas centenas de folhas do papel mais barato. Mas eu voltaria para onde foi um prazer viver, para realmente viver, e não só deixar minha vida passar”. É, Hemingway definitivamente sabia das coisas.

Hoje, um ano depois, já vendo frutos do meu trabalho, como a construção da escola em Mathare, e novos projetos super bacanas surgindo, como o Livros por Sorrisos, sinto que o Quênia continua sendo o meu lugar. Mais importante ainda, vejo com alegria esse país mostrando seus encantos pra tantas outras pessoas sensacionais que passaram por lá depois de mim. Tenho vontade de voltar. Nos dias mais difíceis, tudo o que mais quero é um abraço coletivo e ouvir as gargalhadas das crianças. E apesar de já ter sofrido muito por saudade, hoje sei: o amor é maior. Não importa onde estou, parte de mim sempre estará lá. Hoje completa um ano que cheguei ao Quênia, e sei que essa é só uma das nossas primeiras conexões.

“Sou apaixonado pela África, e sei que ela é um segundo lar para mim. E quando um homem consegue ter um sentimento desse por outro lugar que não seja aquele onde nasceu, é porque aquele é o lugar onde ele deve estar”.

 

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Esta menina tão pequenina quer ser bailarina

Rockefeller Center pronto pro Natal

Rockefeller Center pronto pro Natal

Finalmente chegou dezembro. Com o mês do Natal, adiantei logo o meu presente: um computador novo pra voltar a escrever pro blog. Por incrível que pareça, ainda tem história pra contar por aqui (não posso deixar de dar dicas sobre Maasai Mara e Zanzibar, paraísos que conheci respectivamente no Quênia e Tanzânia, ainda por terras africanas). Como o notebook antigo pifou, as fotos estão presas lá (briguem comigo, sou velha e não tenho HD externo), mas já vão ajeitar, se Deus quiser.

Nos últimos meses fiquei parada na terra natal sonhando com novas oportunidades de andar pelo mundo, e eis que finalmente novembro chegou com a minha atual viagem: New York City! Hora de conhecer a Big Apple. Já estou aqui há quatro dias e tudo tem sido sensacional. É realmente Natal na cidade. As decorações lindas estão por toda Manhattan, as músicas de Natal (não para Simone, sim para Sinatra!) estão tocando em todos os lugares. É minha época favorita, tem como não amar a cidade assim?

O domingo foi dia de me apaixonar ainda mais pelo Natal e voltar a sonhar como uma criancinha. George Balanchine’s The Nutcracker time! Um dos espetáculos mais tradicionais do New York City Ballet. A primeira performance dele foi em 1954 e desde então tem sempre todas as sessões lotadas. A temporada é curta – só nessa época de fim de ano – e demos a sorte de chegar na semana em que começou.

Espetáculo mais lindo do mundo! Foto: Paul Kolnik

Espetáculo mais lindo do mundo! Foto: Paul Kolnik

Queria muito ter tirado fotos, de tão lindo que era, mas é proibido então ilustro esse post com fotos de divulgação. Que sonho seria cobrir esse espetáculo e fotografá-lo. Sério, é lindo demais. O bom de não poder filmar ou tirar fotos é que acabei prestando atenção em cada detalhezinho. É sensacional. Chorei como uma bebê em algumas partes. O segundo ato, em especial, tem o cenário do Kingdom of the Sugarplum Fairy, que é em uma espécie de candyland, e é a coisa mais linda do mundo. Por mais que pareça algo para crianças e mulheres, um outro espetáculo a parte é a orquestra tocando sinfonias do russo Tschaikovsky.

Esse foi provavelmente o passeio que conseguiu, em meio a tanta correria das últimas semanas, me deixar mais ansiosa pra viagem, e tenho certeza que valeu a pena cada minutinho. Dancei balé por um tempo quando era criança e minha poesia favorita quando menininha era “A Bailarina”, da Cecília Meireles. No caminho do teatro pra casa, de metrô, essa poesia não me saía da cabeça. Que vontade de voltar a ser criança, como as de hoje que não conseguiam segurar as palmas no momento que deviam fazer silêncio de tão encantadas, como a que se tremia toda pra tirar foto com uma bailarina, como se a moça fosse uma princesa das histórias da Disney que crescemos ouvindo. Hoje sou a menina tão pequenina, da Cecília, que quer ser bailarina. Não conheço nem dó nem ré, mas sei ficar na ponta do pé. Não conheço nem mi nem fá, mas inclino o corpo para cá e para lá. Não conheço nem lá nem si, mas fecho os olhos e sorrio.

The Nutcracker - New York City Ballet. Foto: Paul Kolnik

The Nutcracker – New York City Ballet. Foto: Paul Kolnik

Nova York é isso: um sonho de criança. Conto mais episódios nos próximos dias. 🙂 Espero que vocês gostem de acompanhar.

As duas marias com quem estou viajando: mamãe e Jéssica, minha irmã. :)

As duas marias com quem estou viajando: mamãe e Jéssica, minha irmã. 🙂