Cheguei no Quênia na segunda, dia 1º de abril, e ainda era feriado de Páscoa. Hoje, dia 9, acordei e, ó que bonito, sem trabalho de novo, mais um feriado! Eu nem sei o que era, na verdade, mas deu pra aproveitar e conhecer mais coisas por aqui. Os outros intercambistas que estavam viajando voltaram e agora somos quatro alemães, duas polonesas, uma colombiana, uma canadense e eu no apartamento. Dois dos meninos planejaram ir pra um safari no Nairobi National Park e eu ia com eles, mas tivemos um apagão e ficamos sem água por umas dez horas aqui, daí decidi ficar pra não gastar tanto e ir sem câmera. Depois que eles foram embora, a luz voltou e consegui carregar a câmera, daí surgiu o convite para ir para o Maasai Ostrich Resort Farm com a canadense Julie, colombiana Martha e Benny, um dos caras da Alemanha.
Pegamos um ônibus aqui e fomos para o centro. Lá pegamos outro ônibus para Kitengela, onde precisávamos pegar um taxi para o resort. Como em outros lugares turísticos do mundo, estrangeiro sempre paga mais caro. Aqui nós chamamos de “mzungo price”, porque todo mundo nos chama de “mzungo”, que significa “gente branca”. O preço normal era 500 shillings, mas nos cobraram 1.500, então decidimos pegar motos. E o medo, como fica? Pegar a estrada com dois passageiros em cada moto e sem capacete. Sorte que, graças a Deus, nossos motoristas eram ótimos e a viagem foi linda. É uma aventura, mas se vocês vierem para a África, por favor, peguem a estrada em motos pelo menos uma vez! Esse lugar tem as vistas mais lindas do mundo e nada melhor do que vê-las com o ventinho batendo no rosto.

Dividindo a moto com a Julie: melhor viagem até agora, apesar da dor na bunda pela falta de asfaltamento
Para chegar ao resort precisamos passar por uma estradinha de terra, como na maioria dos lugares por aqui. Vimos milhares de vacas e ovelhas até que surgiram zebras. Foram as primeiras que vi aqui e já foi suficiente para eu me apaixonar. Lindas! Então o mototaxista me contou que aquela área é o final do Nairobi National Park, então é tipo um safari aberto, e que poderiam surgir leões. Pense numa menina que foi morrendo de medo no resto do caminho, haha.
Já no resort, estranhei uma coisa: você paga mais caro pelos passeios se for durante a semana. Pelo menos em Manaus as coisas são mais caras no fim de semana, que é quando o pessoal geralmente vai. Para nossa sorte, eles consideram feriado fim de semana, então pagamos 300 shillings para fazer o tour na fazenda e 300 para a parte mais legal de todas: andar em um avestruz!
Ok, vem a parte estranha. Chegamos na fazenda e fomos conhecer o local. Eles nos mostram desde os ovos da avestruz (mano, é gigante! parece de dinossauro, super pesado!), quando elas são bebês, toda a fase de crescimento até ficarem adultas. Finalizamos o passeio em uma voltinha na avestruz. Ok, até aí tudo bem, mas depois você termina em um restaurante onde eles servem (tcharam!) carne de avestruz. Meio triste ver a bichinha nascendo, crescendo e depois comer, mas não nego que é gostoso.
Quando chegamos na parte do passeio, desistimos de montar nelas pensando que o animal sofria. Como elas são rápidas (correm até 75km/h), duas pessoas vão ao lado segurando pra ela não disparar e deixar a pessoa cair, mas observamos melhor e não parecia desconfortável pra elas. Ok, quem vai ser o corajoso a ir primeiro? Marininha aqui! Apesar de os caras segurarem, ainda é bem rápido. Você corre com elas, dá uma voltinha e é super legal! Recomendo para todo mundo que tiver a oportunidade. Único detalhe: só pode andar quem pesa até 70kg e eles não avisam isso. O passeio pela fazenda não vale tanto a pena, então se você pesar mais que isso talvez nem seja tão legal ir lá.
Não foi um safari, mas foi realmente divertido e não tão caro. Ao todo (comida + passeio), gastamos aproximadamente mil shillings, o que dá uns 11 dólares. Pechincha para turistas, mas caro para quenianos. A única dica é que você deve pedir desconto em tudo ou cobram absurdos. Agora estou planejando mil outros passeios e em breve escrevo sobre eles aqui. 🙂